Mossoró Cidade Junina

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A cidade tem ganhado destaque nacional durante os últimos anos com a realização do Mossoró Cidade Junina, considerado como uma das maiores festas de São João do Mundo. O evento é realizado durante o mês de junho, época em que a cidade vira palco de shows com grandes atrações de nível regional e nacional. Ainda tem comidas típicas, concurso de quadrilhas, festivais de humor e concurso de sanfoneiros, além de um grande espetáculo encenado ao ar livre e protagonizado por artistas locais.

O Chuva de Balas no País de Mossoró, uma das principais atrações culturais, é um espetáculo que narra a saga dos mossoroenses contra o bando do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Uma das principais trincheiras do confronto foi a Capela São Vicente, onde ainda hoje é possível encontrar marcas de bala nas paredes, fruto da resistência do povo mossoroense.

Segundo a história, Lampião mandou uma correspondência para o então prefeito, Rodolfo Fernandes, pedindo a quantia de 400 contos de réis para não invadir a cidade, como o fizera em toda a região. O prefeito se recusou, montou sua defesa e na manhã do dia 13 de junho de 1927, o cangaceiro e seu bando invadiram a cidade e foram expulsos. Neste episódio, dois dos mais famosos comparsas de Lampião perderam a vida em solo mossoroense: Colchete e Jararaca. Este último foi preso na Cadeia Pública, onde atualmente funciona o Museu Municipal Lauro da Escóssia, e foi enterrado no Cemitério Público São Sebastião.

Durante a década de 50, para relembrar o ato heróico, foi montada na cidade uma peça teatral com as principais personagens do acontecimento. Em 2002 o evento foi remontado e tornou-se destaque dentro do cenário cultural de Mossoró. Agora, a encenação passou a ser feita de maneira mais profissional, com a participação de artistas regionais e diretores de renome nacional. O palco do Chuva de Bala no País de Mossoró não poderia ser outro a não ser o adro da Capela de São Vicente.

A primeira montagem da nova fase foi dirigida pelo diretor Antônio Abujamra, conhecido nacionalmente. Em 2003, sob a direção do potiguar João Marcelino, o evento continuou e ganhou mais destaque. Em 2004 o espetáculo ganha dois novos projetos que fortalecem ainda mais a cultura mossoroense. O primeiro foi a música popular brasileira antes da encenação; o segundo foi a criação da Cidadela, uma réplica da cidade na década de 20.

Ainda durante a programação do Mossoró Cidade Junina, ocorre a Exposição Literária da Resistência. São expostos livros, monografias, dissertações e teses, cordéis entre outras obras. A exposição acontece na Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte, durante o mês de maio.

Outro evento tradicional que faz parte do calendário cultural durante o Cidade Junina é a Cavalgada Heróis da Resistência, que conta com a participação de centenas de pessoas. Todo o caminho percorrido por Lampião e o seu bando em solo potiguar na direção de Mossoró é refeito por uma numerosa comitiva montada a cavalo. Em cada localidade são afixadas placas comemorativas em memória dos heróis resistentes.